Fala galera, beleza? Hoje o assunto que irei expor não tem nada a ver diretamente com a canção de Cazuza ou Time Wizard, mas é algo que mexe muito com o pensamento das pessoas com relação a evolução que o Yu-Gi-Oh! tem apresentado em todos esses anos de vida. É algo que causa muita intriga por parte das pessoas que jogam e apreciam.
Eu resolvi escrever essa postagem porque já faz um tempo em que as pessoas conversam comigo a respeito do impacto que os arquétipos exercem no jogo, e a falta de criatividade que o universo competitivo impõe ao Card Game. Cada pessoa tem a sua visão e opinião sobre as coisas, e hoje eu vou expor a minha a respeito desses fatores.
Um conjunto de cartas que seguem as respectivas regras:
- Todos os membros desse grupo de cartas devem conter um termo em comum (o nome do arquétipo) aparecendo em seus nomes, de acordo com a versão Japonesa (que é a versão original), ou então na linha de texto, deve haver um efeito que especifica que a determinada carta pertence ao tal arquétipo.
- Além disso, deve haver um suporte ou anti-suporte, relativo ao arquétipo, ou seja, uma carta que faz referência a esse termo em seu nome, ou menciona usando uma frase, os monstros do arquétipo tal em seus efeitos. E nota-se que as cartas suporte devem apoiar o arquétipo, e não apenas um monstro do arquétipo.
- Apesar de não ser uma regra geral, os membros do mesmo arquétipo, geralmente partilham um pequeno número de atributos ou tipos.
É praticamente estampado que parte dos arquétipos (não todos) que lançam são realmente "melhores" que os anteriores (possivelmente nerfados) apenas por olhar suas habilidades em jogo, e é claro que por esse motivo, muitas pessoas irão querer "trocar" seus antigos Decks por produtos mais recentes para não se considerarem "ultrapassadas". O que incentiva mais essa ideia, são os eventos competitivos que a própria empresa Konami dispõe para que os jogadores demonstrem a força de seus Decks em busca de premiações. Quem não gostaria de ser recompensado como o melhor jogador de cartinhas? Ganhar por brincar deve ser a melhor coisa.
A Banlist esta ligada a isso tudo, ela é uma forma de controlar o processo de substituição. Se os arquétipos antigos permanecessem intactos, por consequência, os novos teriam que ser muito mais "poderosos" sucessivamente, o que implicaria em algo muito desequilibrado e totalmente absurdo. É por essa razão que a Banlist faz o papel de enfraquecer aquilo que é "forte", para que outros cheguem substituindo na mesma altura potencial que o anterior exercia, não gerando um desastre tão grande e impactante para o jogo.
Retornando a uma questão. O tempo é algo crucial na vida das pessoas, os dias parecem passar cada vez mais rápidos, e por essa sensação, existe a necessidade de velocidade em grande parte das coisas que fazemos. Se um arquétipo é estampado como "o melhor para se jogar", porque exatamente as pessoas irão perder seus preciosos tempos tentando elaborar algo que "talvez" seja bom? "O melhor" transmite uma maior segurança e praticidade, além de uma maior garantia de sucesso do que o "talvez". O "talvez" exige muito mais tempo para uma definição exata.
É importante lembrar também, que por ser uma empresa, Konami tem diversos funcionários, e se não existir lucro, ela não poderá pagar o seus devidos salários. Se ela contrata um artista com certo prestigio no mercado do Card Game para desenhar Artworks de diversas cartas Noble Knight, é claro que ela precisa de dinheiro para além de pagar o artista, investir em si própria. O artista no caso, pode ser apenas um entre 50 mil funcionários (número chutado como exemplo) que trabalham no processo de criação, produção, distribuição e outro setores relacionados as cartas de Yu-Gi-Oh! no mundo inteiro em suas franquias, já parou pra pensar nisso? Por isso é importante a venda do produto de forma ágil, para seguir a determinação comercial. Se a Konami não lucrar, você não joga mais, simples assim (não estou dizendo para sair comprando produtos Yu-Gi-Oh! por ai, vai com calma).
Os arquétipos necessariamente estragam o jogo? Impedem a criatividade dos jogadores?
Estragar, claro que não, pelo contrário, com os arquétipos o Yu-Gi-Oh! tem até um processo de evolução maior. Pensa só, se as pessoas tem uma maior facilidade pra criar um Deck, consequentemente elas terão uma adaptação bem mais acelerada para participar de eventos competitivos, ao mesmo tempo em que a Konami também poderá dar um prazo menor para que as pessoas conheçam coleções novas. Hoje em dia Yu-Gi-Oh! apresenta novidades constantemente, seja com coleções ou com a chegada das Banlists, e isso porque grande parte dos jogadores conseguem já sair jogando com Decks de qualidade em pouquíssimo tempo após o lançamento, ainda mais quando esses produtos são Structure Decks e Sets prontos. O fator que limita mais, é o setor financeiro de cada pessoa, mas creio que isso deva ser um tema de um próximo artigo.
Agora, sobre a parte de bloqueio de criatividade, talvez seja correto pensar que sim, mas talvez não.
Primeiramente, porque sim? O Yu-Gi-Oh! tem como fator de influência, o Metagame, e mais do que teoricamente, ele MANDA no jogo. Isso acontece com qualquer Card Game que se preze. Por mais que você NÃO queira estar ligado ao Metagame, ele influenciará no jogo como um todo, seja de forma direta ou indireta. Como assim? O Metagame é sinônimo daquilo que é "popular e bom no momento" (o passado e o presente não importam), então tudo aquilo que se encaixa dentro dessas duas opções esta dentro do Metagame do jogo. Portanto, esse elemento influência nos valores que os jogadores definirão em suas cartas, determina a Banlist, e principalmente propõe os Decks que os jogadores usarão.
A criatividade nunca será algo determinante enquanto o Metagame estiver pisando em cima da cabeça dela.
Agora chegamos ao "talvez não". Se hoje o Yu-Gi-Oh! fosse composto apenas por cartas aleatórias, as pessoas ainda continuariam a se inspirar nos Decks que se destacariam no meio da multidão. É o processo do tempo que foi já foi dito. Grande parte das pessoas preferem um "melhor" do que um "talvez" independente do cenário, por isso eu acho que as coisas não mudariam tanto assim. Nos primórdios do Yu-Gi-Oh! a base das pessoas eram criar um Deck do Dark Magician ou do Blue-Eyes White Dragon ou do Exodia, inspiradas em coisas que eram vistas nos Animes, e que criatividade exuberante isso tem, se a ideia basicamente segue o mesmo rumo? Nós vivemos no mundo do "nada se cria, tudo se copia", eu não sei porque as pessoas se queixam tanto com uma coisa que deveria ser vista como normal, e só pelo fato de sua rota de fuga ser o Yu-Gi-Oh!, acredite, isso é criativo.
Pra mim, o grande problema do Yu-Gi-Oh! não é a "falta de criatividade", e sim na monotonia. As vezes é muito chato jogar sabendo que pela frente terá aqueles mesmos Decks de sempre. É muito chato jogar contra quinze Shaddolls em um total de vinte jogos (isso é apenas um exemplo). Quando se te uma diversidade maior, com certeza o jogo fica muito mais legal, permitindo ao jogadores muito mais opções/escolhas, tanto pra jogar dentro do Metagame, quanto para enfrentar.
Eu acho super importante a Konami continuar pensando no produtos nostálgicos (coisas velhas de um a dez anos atrás) como ela vem fazendo há um tempo, isso movimenta o publico que gosta de coisas mais antigas. E também gosto muito dos produtos novos que lançam no Yu-Gi-Oh!. Jogar hoje em dia não é tão ruim, tem até uma variedade, mas na minha opinião, precisamos de um ambiente maior ainda para que seja muito mais agradável para esse publico todo atual, e futuros novos jogadores.
Essa é a minha opinião. Agora eu abro espaço para vocês criticarem e incorporarem outras visões nos comentários.
Abraço a todos, muito obrigado e até a próxima.
(Felipe Leonel)